PARADA DO ORGULHO GAY 2015: Uma “sutil” reflexão

(by Yure Gramacho)

Dedicado aos leitores

Olá amigos/irmãos do Brasil,

Permitam-me um break em nosso relato da viagem, apenas para uma "sutil" reflexão sobre um assunto bem contemporâneo. Mesmo distante geograficamente do fato, tenho acompanhado de perto através das diversas mídias o intenso e acalorado debate entre membros da “bancada evangélica” e “ativistas da causa homossexual”.

De forma geral, observo que tem havido excessos de ambas as partes e em não poucos casos o que geralmente se vê é que tem faltado verdadeiro diálogo, bom senso, respeito mútuo e principalmente coerência entre o discurso e a prática, tanto nas reivindicações políticas, quanto no aspecto religioso.

Foto: Reuters/Joao Castellano

A foto que postei foi capturada pelo fotógrafo Joao Castellano, da agência Reuters, na “19ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais)” ocorrida nesse último domingo, dia 7 de junho de 2015, na Av. Paulista, em São Paulo, a qual atraiu, segundo dados dos organizadores do evento, cerca de 2,5 milhões de pessoas às ruas, lotando o centro da cidade. (Fonte: g1.globo.com)

Esta imagem em especial, por motivos óbvios, tem gerado muita polêmica e discussão, principalmente nas redes sociais, onde o clima ficou “pesado” ultimamente, com comentários, réplicas e tréplicas ferinas, com direito até a “fogo amigo”.

Inclusive, eu peço desculpas se porventura alguém se ofendeu com esta foto em meu blog. Certamente, esta não foi minha intenção. Fiz questão de anexá-la a este texto simplesmente pra conquistar sua preciosa atenção. Mais uma vez, me perdoe pela estratégia pragmática.

Mas se você, que teve o interesse e paciência de ler este post até aqui, chegou a este ponto do texto, por gentileza caro leitor, quero te desafiar agora a lê-lo até o final. Sei que o tamanho não combina com o estilo “fast-think” do mundo virtual, por isso que no cabeçalho o dediquei apenas “aos leitores”, pois estou consciente que somente eles o lerão, anyway!

Que bom que você não me deixou aqui falando sozinho, talvez sejamos só nós dois agora. Mas sabe de uma coisa, isso pouco importa, pra mim a audiência de uma pessoa atenta e sincera é mais interessante do que a de uma multidão que tem ouvidos, mas não ouve. Desde já agradeço por seu respeito e confiança, esses são valores que muito estimo e que procuro retribuir.

Como sabem, sou um discípulo de Jesus Cristo. Eu O amo de todo o meu coração. Ele é o meu Deus, meu Senhor e o meu Salvador. Creio nEle e em Sua Palavra sem reservas! Fiz um compromisso e uma aliança solene com Ele através do santo batismo e da ordenação ao ministério pastoral.

Exatamente por isso tenho o direito de me expressar sobre o assunto, pois ele de certa forma também me atinge, mas antes do direito, me sinto no dever, como cristão e pastor de apresentar a minha versão dos fatos, à luz das Escrituras é claro.

Qual deveria ser nossa postura diante desta complexa conjuntura ética-social?

Em primeiro lugar, os “verdadeiros discípulos” de Jesus não xingam nem amaldiçoam alguém que os agride, ao contrário, eles AMAM e ORAM por aqueles que os perseguem, pois assim ensinou o Mestre tanto por preceito quanto por exemplo. A propósito, penso ser esta uma excelente oportunidade para colocar este ensino em prática de forma contemporânea.

O fato de como cristão eu discordar de uma crença, pensamento, ideologia ou comportamento de alguém (e tenho o direito legal de fazer isso), não me impede de respeitá-lo como ser humano e amá-lo como uma pessoa criada à imagem e semelhança de Deus, a despeito das suas falhas. Uma coisa não anula a outra! Definitivamente elas não são excludentes. O valor das pessoas está definido pela sua identidade primária, isto é, sua origem divina (Gênesis 1:26, 27), sendo assim, todo ser humano é sagrado aos olhos de Deus e assim também o deveria ser aos nossos olhos, se é que de fato somos “imitadores de Deus” (Efésios 4:32; 5:1). Bem, deveríamos ser...

Com pesar, tenho notado muitos cristãos das mais diversas denominações, se manifestando de forma pública completamente indignados, e até com certo tom agressivo, contra o que eles consideram uma “blasfêmia” contra Deus. Não os julgo, pois tal sentimento é compreensível (porém não justificável), principalmente quando se trata de ataques aos símbolos de uma fé. Quero frisar que este tipo de abordagem não me representa, muito menos a Cristo.

Vale lembrar que quando Jesus andou por este mundo, suas maiores demandas, seus maiores problemas e principais fontes de “dor de cabeça” em Seu ministério foram justamente com os “pseudo religiosos” e não com os marginalizados “pecadores” como pensaria o senso comum.
Ele não agredia nem se afastava das pessoas de “má fama” em repúdio por seus comportamentos reprováveis, antes aproximava-se destes com um coração tão cheio de amor e compaixão que tais homens e mulheres, antes rejeitados pela hipocrisia de uma sociedade “religiosa”, agora se sentiam pela primeira vez em suas vidas reconhecidos em sua verdadeira humanidade e amados pelo que realmente eram: eles eram pessoas. Vejam, Jesus jamais endossou o comportamento pecaminoso de ninguém, mas o real desejo dEle era destruir o pecado e não o pecador!

Sua atitude de compaixão e amor atingiu o clímax de sua expressão, quando na cruz, rejeitado, ofendido, agredido, ferido, cuspido, despido, humilhado e traído por aqueles a quem mais amava ao ponto de dar a sua própria vida, pronunciou palavras inefáveis justamente em favor dos que o escarneciam com cruel irreverência: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” (Lucas 23:33, 34).

JUSTIÇA PERFEITA E AMOR INCONDICIONAL em um único ato!

The Lamb of God | O Cordeiro de Deus

Uns dizem, "Tenho orgulho de ser gay". Outros rebatem. "Tenho orgulho de ser cristão".

Sabe de uma coisa?

Eu digo: Não sou gay, sou um cristão. Mas não tenho orgulho de ser cristão, porque não o mereço ter.

Tenho “ORGULHO” desse Deus!

Jesus não precisa de “fariseus zelosos e cruéis”, mas sim de cristãos amorosos e fiéis. Ele não precisa de novas Cruzadas e Tribunais de Inquisição para limpar da terra os “pecadores e blasfemos”. A verdade queridos, é que Jesus não precisa de advogados para defendê-Lo daqueles que O atacam, afinal Ele é o Sumo Juiz (Isaías 33:22).

Não, Ele não precisa de advogados, mas sim de TESTEMUNHAS (Atos 1:8) que O representem diante do mundo como Ele verdadeiramente É: um Deus que odeia o pecado, mas que ama incondicionalmente o pecador (Lucas 15:1, 2). Somente assim, ao conhecê-Lo em Sua essência, poderão as pessoas fazer uma escolha consciente entre aceitar ou rejeitar Sua mensagem contracultural de “amor e justiça” (Salmos 85:10).

Que possamos “combater” o desrespeito de atitudes infelizes e imprudentes de ambas as partes deste debate, com sabedoria, mansidão, humildade e amor, virtudes estas reveladas não por um discurso vazio, mas através de uma vida de fé e obras coerente com a nossa sublime vocação!


Grato por sua atenção. Deus te ilumine em suas escolhas e atitudes. SEJA A MENSAGEM!


Yure Gramacho, servo de Jesus Cristo.


P.S Sobre este assunto, assista também o pronunciamento do Pr. Erton Köhler, Líder Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) na América do Sul.

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