Cerca de 1 mês após chegarmos às terras de
Genghis Khan, na Mongólia, vivenciamos uma nova experiência transcultural.
Viajamos à Tailândia a fim de participarmos do INSTITUTO DE MISSÕES da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia juntamente com outras
famílias missionárias que servem ao redor do globo. Saímos de
Ulaanbaatar com -15 C e chegamos em Chiang Mai, na Tailândia, com mais de 30
graus positivos. Senti mais calor por lá do que sentia na Bahia rsrsrs.
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Foto oficial - Mission Institute 2015, Chiang Mai - Thailand |
O choque cultural foi inevitável! Ainda
estávamos no início do processo de adaptação na Mongólia quando subitamente,
entramos em um novo mundo, completamente distinto e desconhecido para nós. Tudo
era extremamente fascinante: o idioma, as roupas, a spicy food (comida
apimentada), os tuk tuks (uma mistura de moto com carro), os templos e altares
budistas espalhados por toda parte, literalmente 1 em cada esquina. Antes das
aulas na teoria, já estávamos tendo aulas práticas com toda essa diversidade ao
nosso redor.
Sim, estávamos na Tailândia, isso era surreal!
Nunca imaginei que um dia estaria conhecendo esse lugar incrível.
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Entrada do hotel onde ocorreu o nosso treinamento missionário |
Chegamos à noite e fomos direto ao hotel descansar
um pouco, afinal foram algumas horas de voô (com escala em Seoul, Coreia do
Sul), mas nada comparado é claro com as brutais 36 horas de viagem que fizemos
quando saímos do Brasil para a Mongólia (Salvador-Brasília/Brasília-Guarulhos/Guarulhos-Frankfurt/Frakfurt-Pequim/Pequim-Ulaanbaatar/Ulaanbaatar-HomeSweetHome,
ufaaaa).
O sentimento inicial, além da grande
expectativa, era de extrema gratidão a Deus e Sua igreja pela maravilhosa oportunidade
de ampliar nossos horizonte cultural, teológico e missiológico com tais
experiências, e sobretudo participar de um treinamento missionário desse porte.
Foram 21 dias bem intensos. O “Mission
Institute” (Instituto de Missões) da General Conference, é o orgão responsável
por treinar e capacitar os missionários da Igreja Adventista do Sétimo Dia que
servem overseas (além-mar), em outros países, o que chamamos de missões
transculturais.
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Kauai, o Missionary Kid, também teve treinamento especial! |
Conhecemos colegas missionários de diferentes
partes do globo, literalmente dos 5 continentes: África, América, Europa, Ásia
e Oceania. A diretora do MI, Dr. Cheryl Doss, gosta de usar uma frase que
representa muito bem esse intercâmbio cultural na missão adventista: “FROM
everywhere TO everywhere” (de todo lugar para todo lugar). Tinha alemão servindo
em Bangladesh como dentista, norte-americano no Nepal como médico, filipino
trabalhando na Guiana-Francesa, peruano na África, argentino no Kirguistão e é
claro, BRASILEIROS NA MONGÓLIA!
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Grupo dos Missionários reunidos para foto oficial |
Por incrível que pareça, em um grupo com cerca
de 25 famílias, só haviam se eu não me engano 5 missionários com função
pastoral, todos os demais tinham outras profissões. Médicos, enfermeiros,
professores, dentistas, engenheiros, web-designers, analistas de sistema entre
outras áreas bem especializadas. A princípio para mim isso foi uma grande
surpresa, mas com o passar dos dias, ao conhecer melhor esses homens e mulheres,
pude constatar que a despeito de suas profissões, todos tem a missão como o
propósito de suas vidas, e dedicaram seus talentos e conhecimento técnico ao serviço do Senhor.
Em muitos lugares do mundo a obra missionária não pode ser conduzida por
ministros do evangelho pois as leis de muitos desses países proíbe a pregação
explícita da Bíblia. Nos lugares mais isolados, inóspitos e perigosos do
planeta (principalmente na chamada janela 10/40), esses missionários “leigos” pregam
o evangelho de forma “silenciosa” através da linguagem universal do amor e do
serviço! Na verdade, o amor de Deus grita mais alto através de nossa vida
diária do que através de nossa voz. Nós somos a mensagem!
Só como exemplo gostaria de citar um dos casos
mais inusitados de missionários que conheci. Um australiano, muito “figura”
chamado Larns. Ele é missionário em Papua Nova Guiné, e advinha qual o
ministério que ele desenvolve por lá? O cara é piloto de avião! Dá pra
imaginar. Louvado seja Deus pela diversidade de dons que o Senhor concede à Sua
Igreja e por existirem pessoas dispostas como o comandante Larns a deixarem o
conforto de sua terra natal, o carinho e afeto de faliares/amigos para viajarem
à terras estrangeiras, rumo ao desconhecido, atendendo ao chamado do Senhor!
O treinamento foi intenso, tínhamos aulas pela
manhã e à tarde. Durante a noite, devido ao nosso homework (tarefa de casa), quase
não tínhamos tempo livre. Mas tudo foi maravilhoso. O conteúdo dos seminários e
materias de leitura, os vídeos e testemunhos que assistimos, os trabalhos em
grupo, os cultos transculturais, a interação e troca de ideias com outros
colegas de missão com mais experiência, tudo isso nos marcou profundamente,
abriu nossa cabeça ainda mais e preparou o nosso espírito para o que estava por
vir em nosso campo missionário.
No sábado conhecemos uma Igreja Adventista em
Chiag Mai. Que coisa linda testemunhar a beleza da unidade na diversidade. O
mesmo Deus, a mesma fé, a mesma esperança, a mesma missão, mas em uma “embalagem”
cultural completamente distinta da nossa realidade. Logo de cara, ao chegarmos
na igreja, algo bem interessante: todos tiram os sapatos e sandálias para
adentrar ao local de culto. Esse é um costume bem legal, pois além de manter o
ambiente sempre limpo, gera um silêncio propício à reverência. Pessoalmente
também achei extremamente confortável ficar descalço durante o culto, além de
inspirar um espírito de devoção e respeito pela presença do Senhor. Tivemos a oportunidade de participar da adoração. Laís cantou uma música em português para espanto de muitos que nunca tinham ouvido aquela "língua estranha". No último sábado, viajamos alguns quilômetros até o Instituto Adventista de Ensino, onde foi realizada cerimônia de dedicação do grupo de missionários. Li um texto da Bíblia em mongol durante a programação.
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Culto Sabático: IASD em Chiang Mai, Tailândia |
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Culto Sabático, Igreja Adventista em Chiang Mai, Tailândia |
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Olha a Lição da Escola Sabatina que estudamos nesse dia rsrsrs |
Claro que encontramos um tempinho em nossa
agenda super ocupada para explorar um pouco mais dos aspectos culturais e
religiosos da Tailândia, especificamente na cidade de Chiang Mai onde estávamos
hospedados. Na verdade, esses passeios eram de fato estudos de campo, e isso
não é um eufemismo, pois tínhamos tarefas como observação, anotações e
interação com os moradores locais. Isso fazia parte do nosso treinamento
prático e precisávamos apresentar um relatório sobre essas saídas.
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Tuk-tuk, nosso meio de transporte! |
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Kauai encantou o motorista |
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Turma de língua portuguesa (Brasil e Portugal) reunida |
A comida tailandesa é extramamente exótica, e
sua principal característica é a pimenta, a qual eles não economizam em nehum
dos seus pratos, até na salada de fruto (estou fando sério rsrs) Detalhe, o
feijão de lá é um prato doce, o paladar demora para se acostumar, mas
aprendemos a apreciar as diferenças mesmo na culinária. Compramos roupas
tradicionais para ficarmos mais inseridos no contexto local. Fizemos a famosa
massagem tailandesa (nesse caso não tinha nenhuma conotação sexual), que por
sinal é bem forte, parece que vão te quebrar todinho, mas é bem legal e
relativamente barato. Descobrimos um outro tipo inusitado de massagem nos pés
utilizando peixes. Isso mesmo, você coloca seus pés em um aquário e os
peixinhos famintos ficam beliscando seu pé, sentimos muitas cócegas no início,
mas depois que a gente se acostuma é bem gostoso e relaxante.
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Bom apetite! |
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Até a McDonald's entrou no "clima" tailandês |
Visitamos diversos templos budistas e
conversamos com alguns monges. Essa experiência nos ajudou muito nos dando um
excelente background para o contato que teríamos mais tarde com monges budistas
quando retornamos à Mongólia.
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Um entre vários Templos Budistas que visitamos em pesquisa de campo |
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Selfie monástico! |
Tiramos um dos únicos domingos livres para
fazer um passeio bem interessante. Fomos assistir ao show de elefantes na
montanha e demos um passeio bem legal no “lombo” dos bichos. Visitamos também o
Tiger Kingdom onde entramos na jaula com vários tigres de grande porte. Com
receio, tiramos fotos fazendo carinho nestas feras. Foi bem tenso, mas valeu o
desafio. Sentimos um gostinho como será no céu, mas lá não teremos medo de
sermos devorados rsrsrs. Conhecemos também o reino dos insetos, com uma
variedade simplesmente inacreditável, deixando qualquer desbravador boquiaberto.
Visitamos lugares com jardins lindíssimos (dá uma olhada nas fotos). Um desses
lugares com duas estulpas representando o rei e a rainha, cujas figuras por
sinal estão espalhadas por toda parte. Ele são reverenciados por lá. Demos uma
parada em uma vila extremamente famosa, conhecida como a vila das “mulheres
girafa”. Desde muito jovens elas vão colocando aneis de metal em volta do
pescoço, o qual ano após ano vai se tornando cada vez maior. O visual é bizarro
para os padrões ocidentais, mais na visão delas, é um símbolo de beleza e experiência.
Por sinal tiramos foto com a anciã que tem o maior pescoço, ela sempre aparece em
fotos de revistas e em vídeo documentários, como por exemplo na National
Geographic. Vale destacar que no breve contato e conversa que tivemos com
algumas delas percemos algo em comum em todas, um olhar triste e distante, como
alguém que está em busca de algo mais elevado, mais nobre, alguém em busca de
liberdade. Meu coração ardeu de paixão por essa almas.
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Show dos elefantes! Jogam bola, pintam quadros e interagem com o público |
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É muito amor envolvido! |
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Olha minha cara de "corajoso"! |
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Mulher-Girafa com o maior pescoço do mundo! |
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Escola na vila das mulheres-girafa. |
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Parece de revista, mas foi eu que tirei! rsrs, humildão! Os créditos na verdade são de Deus pela beleza natural, eu só cliquei o botão! |
Mas não seria justo concluir esse post sem
mencionar o ponto alto da Tailândia. Sem
dúvida, a coisa mais bela e preciosa na Tailândia não são os lugares exóticos, é
o seu povo. Não estou falando especificamente de beleza física, mas sobretudo a
beleza transmitida através de uma gentileza tão marcante que chega a te deixar
constrangido. Essa cultura tailandesa de “ser gentil” com todos, te cativa e
contagia! Aprendi muito com eles nesse e em outros aspectos! Obrigado à Tailândia e ao
Instituto de Missões da Associação Geral, estarão sempre em nossas orações!
OBRIGADO SENHOR!
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ขอขอบคุณ (Kov cum crab). Obrigado em Tailandês. |
Que show, mas estou aqui morrendo de inveja santa por vocês terem tocado em um tigre. Deve ter sido incrível. Tigres são fantásticos! rsrsrsrsr
ResponderExcluirFica com "inveja" não amiga, no céu vai ser bem melhor kkk. Foi realmente adrenalizante, principalmente na hora que o "bichinho" deu aquela bocejada rsrsrs. Dava pra ouvir a respiração e a batida do coração dele. Inesquecível!
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