Família Gramacho

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Missão Abaixo de ZERO! SUBZERO Mission!

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

TAILÂNDIA: Pimenta, Altares, Elefantes e Missão!

Cerca de 1 mês após chegarmos às terras de Genghis Khan, na Mongólia, vivenciamos uma nova experiência transcultural. Viajamos à Tailândia a fim de participarmos do INSTITUTO DE MISSÕES da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia juntamente com outras famílias missionárias que servem ao redor do globo. Saímos de Ulaanbaatar com -15 C e chegamos em Chiang Mai, na Tailândia, com mais de 30 graus positivos. Senti mais calor por lá do que sentia na Bahia rsrsrs.


Foto oficial - Mission Institute 2015, Chiang Mai - Thailand




O choque cultural foi inevitável! Ainda estávamos no início do processo de adaptação na Mongólia quando subitamente, entramos em um novo mundo, completamente distinto e desconhecido para nós. Tudo era extremamente fascinante: o idioma, as roupas, a spicy food (comida apimentada), os tuk tuks (uma mistura de moto com carro), os templos e altares budistas espalhados por toda parte, literalmente 1 em cada esquina. Antes das aulas na teoria, já estávamos tendo aulas práticas com toda essa diversidade ao nosso redor.

Sim, estávamos na Tailândia, isso era surreal! Nunca imaginei que um dia estaria conhecendo esse lugar incrível.


Entrada do hotel onde ocorreu o nosso treinamento missionário


Chegamos à noite e fomos direto ao hotel descansar um pouco, afinal foram algumas horas de voô (com escala em Seoul, Coreia do Sul), mas nada comparado é claro com as brutais 36 horas de viagem que fizemos quando saímos do Brasil para a Mongólia (Salvador-Brasília/Brasília-Guarulhos/Guarulhos-Frankfurt/Frakfurt-Pequim/Pequim-Ulaanbaatar/Ulaanbaatar-HomeSweetHome, ufaaaa).

O sentimento inicial, além da grande expectativa, era de extrema gratidão a Deus e Sua igreja pela maravilhosa oportunidade de ampliar nossos horizonte cultural, teológico e missiológico com tais experiências, e sobretudo participar de um treinamento missionário desse porte.

Foram 21 dias bem intensos. O “Mission Institute” (Instituto de Missões) da General Conference, é o orgão responsável por treinar e capacitar os missionários da Igreja Adventista do Sétimo Dia que servem overseas (além-mar), em outros países, o que chamamos de missões transculturais.






Kauai, o Missionary Kid, também teve treinamento especial!



Conhecemos colegas missionários de diferentes partes do globo, literalmente dos 5 continentes: África, América, Europa, Ásia e Oceania. A diretora do MI, Dr. Cheryl Doss, gosta de usar uma frase que representa muito bem esse intercâmbio cultural na missão adventista: “FROM everywhere TO everywhere” (de todo lugar para todo lugar). Tinha alemão servindo em Bangladesh como dentista, norte-americano no Nepal como médico, filipino trabalhando na Guiana-Francesa, peruano na África, argentino no Kirguistão e é claro, BRASILEIROS NA MONGÓLIA!


Grupo dos Missionários reunidos para foto oficial


Por incrível que pareça, em um grupo com cerca de 25 famílias, só haviam se eu não me engano 5 missionários com função pastoral, todos os demais tinham outras profissões. Médicos, enfermeiros, professores, dentistas, engenheiros, web-designers, analistas de sistema entre outras áreas bem especializadas. A princípio para mim isso foi uma grande surpresa, mas com o passar dos dias, ao conhecer melhor esses homens e mulheres, pude constatar que a despeito de suas profissões, todos tem a missão como o propósito de suas vidas, e dedicaram seus talentos  e conhecimento técnico ao serviço do Senhor. Em muitos lugares do mundo a obra missionária não pode ser conduzida por ministros do evangelho pois as leis de muitos desses países proíbe a pregação explícita da Bíblia. Nos lugares mais isolados, inóspitos e perigosos do planeta (principalmente na chamada janela 10/40), esses missionários “leigos” pregam o evangelho de forma “silenciosa” através da linguagem universal do amor e do serviço! Na verdade, o amor de Deus grita mais alto através de nossa vida diária do que através de nossa voz. Nós somos a mensagem!

Só como exemplo gostaria de citar um dos casos mais inusitados de missionários que conheci. Um australiano, muito “figura” chamado Larns. Ele é missionário em Papua Nova Guiné, e advinha qual o ministério que ele desenvolve por lá? O cara é piloto de avião! Dá pra imaginar. Louvado seja Deus pela diversidade de dons que o Senhor concede à Sua Igreja e por existirem pessoas dispostas como o comandante Larns a deixarem o conforto de sua terra natal, o carinho e afeto de faliares/amigos para viajarem à terras estrangeiras, rumo ao desconhecido, atendendo ao chamado do Senhor!

O treinamento foi intenso, tínhamos aulas pela manhã e à tarde. Durante a noite, devido ao nosso homework (tarefa de casa), quase não tínhamos tempo livre. Mas tudo foi maravilhoso. O conteúdo dos seminários e materias de leitura, os vídeos e testemunhos que assistimos, os trabalhos em grupo, os cultos transculturais, a interação e troca de ideias com outros colegas de missão com mais experiência, tudo isso nos marcou profundamente, abriu nossa cabeça ainda mais e preparou o nosso espírito para o que estava por vir em nosso campo missionário.

No sábado conhecemos uma Igreja Adventista em Chiag Mai. Que coisa linda testemunhar a beleza da unidade na diversidade. O mesmo Deus, a mesma fé, a mesma esperança, a mesma missão, mas em uma “embalagem” cultural completamente distinta da nossa realidade. Logo de cara, ao chegarmos na igreja, algo bem interessante: todos tiram os sapatos e sandálias para adentrar ao local de culto. Esse é um costume bem legal, pois além de manter o ambiente sempre limpo, gera um silêncio propício à reverência. Pessoalmente também achei extremamente confortável ficar descalço durante o culto, além de inspirar um espírito de devoção e respeito pela presença do Senhor. Tivemos a oportunidade de participar da adoração. Laís cantou uma música em português para espanto de muitos que nunca tinham ouvido aquela "língua estranha". No último sábado, viajamos alguns quilômetros até o Instituto Adventista de Ensino, onde foi realizada cerimônia de dedicação do grupo de missionários. Li um texto da Bíblia em mongol durante a programação.


Culto Sabático: IASD em Chiang Mai, Tailândia




Culto Sabático, Igreja Adventista em Chiang Mai, Tailândia



Olha a Lição da Escola Sabatina que estudamos nesse dia rsrsrs


Claro que encontramos um tempinho em nossa agenda super ocupada para explorar um pouco mais dos aspectos culturais e religiosos da Tailândia, especificamente na cidade de Chiang Mai onde estávamos hospedados. Na verdade, esses passeios eram de fato estudos de campo, e isso não é um eufemismo, pois tínhamos tarefas como observação, anotações e interação com os moradores locais. Isso fazia parte do nosso treinamento prático e precisávamos apresentar um relatório sobre essas saídas.


Tuk-tuk, nosso meio de transporte!

Kauai encantou o motorista

Turma de língua portuguesa (Brasil e Portugal) reunida 


A comida tailandesa é extramamente exótica, e sua principal característica é a pimenta, a qual eles não economizam em nehum dos seus pratos, até na salada de fruto (estou fando sério rsrs) Detalhe, o feijão de lá é um prato doce, o paladar demora para se acostumar, mas aprendemos a apreciar as diferenças mesmo na culinária. Compramos roupas tradicionais para ficarmos mais inseridos no contexto local. Fizemos a famosa massagem tailandesa (nesse caso não tinha nenhuma conotação sexual), que por sinal é bem forte, parece que vão te quebrar todinho, mas é bem legal e relativamente barato. Descobrimos um outro tipo inusitado de massagem nos pés utilizando peixes. Isso mesmo, você coloca seus pés em um aquário e os peixinhos famintos ficam beliscando seu pé, sentimos muitas cócegas no início, mas depois que a gente se acostuma é bem gostoso e relaxante.


Bom apetite!





Até a McDonald's entrou no "clima" tailandês


Visitamos diversos templos budistas e conversamos com alguns monges. Essa experiência nos ajudou muito nos dando um excelente background para o contato que teríamos mais tarde com monges budistas quando retornamos à Mongólia.


Um entre vários Templos Budistas que visitamos em pesquisa de campo














Selfie monástico!


Tiramos um dos únicos domingos livres para fazer um passeio bem interessante. Fomos assistir ao show de elefantes na montanha e demos um passeio bem legal no “lombo” dos bichos. Visitamos também o Tiger Kingdom onde entramos na jaula com vários tigres de grande porte. Com receio, tiramos fotos fazendo carinho nestas feras. Foi bem tenso, mas valeu o desafio. Sentimos um gostinho como será no céu, mas lá não teremos medo de sermos devorados rsrsrs. Conhecemos também o reino dos insetos, com uma variedade simplesmente inacreditável, deixando qualquer desbravador boquiaberto. Visitamos lugares com jardins lindíssimos (dá uma olhada nas fotos). Um desses lugares com duas estulpas representando o rei e a rainha, cujas figuras por sinal estão espalhadas por toda parte. Ele são reverenciados por lá. Demos uma parada em uma vila extremamente famosa, conhecida como a vila das “mulheres girafa”. Desde muito jovens elas vão colocando aneis de metal em volta do pescoço, o qual ano após ano vai se tornando cada vez maior. O visual é bizarro para os padrões ocidentais, mais na visão delas, é um símbolo de beleza e experiência. Por sinal tiramos foto com a anciã que tem o maior pescoço, ela sempre aparece em fotos de revistas e em vídeo documentários, como por exemplo na National Geographic. Vale destacar que no breve contato e conversa que tivemos com algumas delas percemos algo em comum em todas, um olhar triste e distante, como alguém que está em busca de algo mais elevado, mais nobre, alguém em busca de liberdade. Meu coração ardeu de paixão por essa almas.








Show dos elefantes! Jogam bola, pintam quadros e interagem com o público



É muito amor envolvido!


Olha minha cara de "corajoso"!





Mulher-Girafa com o maior pescoço do mundo!




Escola na vila das mulheres-girafa.














Parece de revista, mas foi eu que tirei! rsrs, humildão! Os créditos na verdade são de Deus pela beleza natural, eu só cliquei o botão!




Mas não seria justo concluir esse post sem mencionar o ponto alto da Tailândia.  Sem dúvida, a coisa mais bela e preciosa na Tailândia não são os lugares exóticos, é o seu povo. Não estou falando especificamente de beleza física, mas sobretudo a beleza transmitida através de uma gentileza tão marcante que chega a te deixar constrangido. Essa cultura tailandesa de “ser gentil” com todos, te cativa e contagia! Aprendi muito com eles nesse e em outros aspectos! Obrigado à Tailândia e ao Instituto de Missões da Associação Geral, estarão sempre em nossas orações! 


OBRIGADO SENHOR!




ขอขอบคุณ (Kov cum crab). Obrigado em Tailandês.